Ano 27                                                                                                                              Editado por Jomar Morais
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Bhairav, o Shiva da Praça Durbar: aqui eram feitos juramentos e julgamentos na Katmandu antiga
NEPAL
os tesouros que eu vi
antes da terra tremer
Três meses antes do terremoto de 25 de abril de 2015,  que destruiu quase metade do Nepal e deixou em ruínas seus principais sítios históricos, estive no país em um mochilão, acompanhado do amigo José Ramos Coelho. A seguir, um relato desse périplo inesquecível pelo vale de Katmandu, Lumbini e Pokhara.
por JOMAR MORAIS
Tradição milenar
O Nepal e o semáforo
E, de repente, estou sentado à porta da casa de uma deusa. Uma deusa viva. Ou melhor uma Deusa, assim com D maiúsculo, pois a Kumari, no Nepal, é uma deidade espiritual e não uma rainha das passarelas, uma mulher sensual. É uma menina. Adorada, sim, até que venha a primeira menstruação, quando então perde seus poderes e vira uma aborrecente comum.

Espero pela Kumari de Katmandu (cada grande cidade deste pequeno país tem sua deusa), olhar fixo em sua janela, e ela não aparece.

Dura é a vida de uma Kumari, palavra que em páli significa “virgem”. É prisioneira em um imenso palácio do século 16, na majestosa Durbar Square, o núcleo da antiga cidade imperial, e quando, enfim, ganha o direito de andar pelas ruas como qualquer adolescente, descobre que ter sido uma deusa foi uma maldição. Os jovens nepaleses discriminam as ex-kumaris. Casar com uma delas, diz a lenda, atrai o azar.
Cúpula da estupa de Swayambhu: na montanha, os olhos onipresentes do Buda vigiam Katmandu
A tradição das kumaris é um dos muitos ornamentos do fantástico patrimônio histórico e cultural do Nepal, um território onde, há 2 600 anos, um príncipe entediado  rompeu as algemas reais para interagir com o sofrimento das ruas e, finalmente, encontrar um jeito de superar a aflição humana através da clara visão de suas causas e condições. Lumbini, no sul do país, é a cidade natal de Sidarta Gautama, o Buda, a grande referência dos turistas que aqui chegam, depois do monte Everest.

O Nepal é agrarário e pobre, apesar da riqueza de suas relíquias, várias tombadas pela Unesco. Seus 30 milhões de habitantes convivem com ruas esburacadas, poeira, apagões diários, trânsito caótico, falta de saneamento e salários irrisórios. Mas, a despeito da máfia das drogas, que oferece maconha e haxixe na penumbra do Thamel - o bairro empoeirado de Katmandu que surgiu com os hippies, nos anos 60, e se consolidou com o aporte de mochileiros, trekeiros e alpinistas -, tudo aqui parece exalar tolerância e gentileza.
História e fé


Estou encantado com a exuberância do patrimônio histórico do Nepal, mas, para ser sincero, acho que a lição mais marcante que podemos extrair desse cenário está no simbolismo das esquinas sem semáforos, sem que o caos de veículos, principalmente motos, e o barulho permanente de buzinas, estresse os nepaleses ou manche o sorriso tímido, mas sincero, com que recebem os forasteiros.

Como um clima amistoso e de cooperação consegue ser mantido quando há tantos fatores adversos?

Por que um país marcado  por um “carma” de tantas vicissitudes e desorganização não aparece no mapa do mundo como um foco de violência urbana, depravação, transtornos mentais e suicídios?

Com incentivo da ONU, muitas organizações não governamentais atuam em programas de assistência e promoção humana no Nepal - e isso é bom para os nepaleses. No entanto, melhor seria se tivéssemos a humildade de estabelecer aí uma via de mão dupla, a partir de uma pergunta chave: como o pobre Nepal pode ajudar o rico ocidente a alcançar, no dia a dia, a paz e a harmonia que o dinheiro não pode comprar?


  [Publicado no Novo Jornal de 03/02/15 ]

Paz e beleza

Das colunas, Vishnu e Hanuman observam palácios e templos de Patan, patrimônio da humanidade
Em Lumbini, a estupa quadrada guarda as ruínas do palácio onde nasceu Sidarta, o Buda
Jomar Morais e os sadus junto ao templo e crematório de Pashupatinath: pausa para um mantra
Isto é NEPAL Curta o vídeo
E a caminho dos himalaias...
  Uma pensata em Abu Dhabi
Ramos e Jomar no aeroporto de Abu Dhabi, Emirados Árabes
No princípio, aprendemos a viajar por instinto de sobrevivência. Nômades, buscávamos alimento e um mínimo de segurança. Viajar nessa época, penso, era quase sempre sinônimo de sacrifício e ansiedade.

Depois, a descoberta da agricultura nos fixou à terra e nos  trouxe a alegria do aconchego e dos momentos de ócio e também o apego e a ambição. Quem sabe, tenha surgido aí a viagem de negócio, impulsionada pelo prazer da troca e a sensação de novos ganhos.

Só mais tarde, os bem sucedidos e privilegiados de uma organização social já discriminatória inventariam a viagem de lazer: o prazer de descobrir novas paisagens e relaxar. No século passado, com a revolução nos meios de transporte, a explosão tecnológica  e os passos tímidos em direção à inclusão social, o turismo  se institucionalizou e virou ferramenta de integração e de desenvolvimento.

Mas...

Como tudo na vida, o turismo tem seu outro lado, feito de distorções como a exploração sexual e a corrupção da virtude original do prazer de viajar, transformado  em  mais uma faceta da compulsão por consumo.

Sobraram, como escape, as viagens de aventuras (até estas, às vezes, pasteurizadas) e os mochileiros que, como eu, tentam resgatar o prazer da descoberta do mundo livre de esquemas comerciais que impedem a surpresa e a criatividade.

Não existe a fórmula do mochilão perfeito. Isso seria engessar a inteligência e a emoção. Cada mochileiro faz o seu caminho.

O meu, por exemplo, é o da aventura rústica, solitária, contemplativa, sem a neura do relógio, 100% no stress. Não que eu não curta as barulhentas viagens em família, agora ainda mais ruidosas pela presença de meus netos, mas não abro mão de um périplo à deriva que, em mim, costuma turbinar uma viagem paralela, imaterial e introspectiva, veículo de descobertas em mim mesmo.

Este ano quebrei uma “regra” e tenho comigo a companhia agradável do amigo, filósofo e escritor José Ramos Coelho, companheiro de meditações no Sapiens e arauto de propostas alternativas de vida saudável e rica de significados.

No rumo do Nepal e da Índia, chegamos aos Emirados Árabes Unidos, na Península Arábica, sem manchar o perfil de um mochilão de hábitos frugais, muitas andanças e abertura para o novo. Sentado no lounge do majestoso aeroporto de Abu Dhabi, escrevo este texto enquanto se passam as 18 horas de espera pelo voo que nos levará a Katmandu.

Lá fora, a maior das sete cidades dessa confederação de antigas monarquias árabes exibe a pujança de um pequeno país trilionário (sexto produtor de petróleo) e suas contradições: renda per capita de 54 mil dólares versus trabalho de estrangeiros às vezes em condições de semiescravidão, segundo a ONU. Liberalidade nos costumes incomum no mundo islâmico versus ausência do voto universal.

Certamente voltarei um dia para conhecer de verdade esse país surpreendente, mas agora o que busco é a proximidade dos himalaias para a viagem maior da meditação.

                                                                                                    JOMAR MORAIS

                          [ Publicado na edição do Novo Jornal de 27/01/15 ]
Leões de pedra e
Hanuman, o macaco-deidade
do hinduísmo, protegem o Palácio Hanuman Doka (acima), na Praça Durbar. Ao lado, a casa da Kumari, a deusa viva, onde JM esperou em vão. Abaixo, Ramos Coelho na varanda da Boudhanath, maior estupa do Nepal.
Acima, a cúpula da imensa estupa Bouda, rodeada de monastérios e templos cuidados por exilados tibetanos, como o da esquerda, onde JM posou diante da exuberante estátua do buda Maytrea. Abaixo, as ruínas do  palácio onde nasceu o príncipe Sidarta, em Lumbini, no sul do Nepal.
Ramos Coelho e JM chegam a Pokhara, ponto de encontro de trekeiros rumo aos himalaias
Acima, a Estupa da Paz, no monte junto ao lago de Pokhara. Ao lado, JM antes de subir os 275 degraus da Torre Dharahara, em Katmandu. Abaixo, José Ramos Coelho filma os santuários dedicados ao lingam (pênis) de Shiva,perfilados em Pashupatinath.
Leia também os relatos dos mochilões de Jomar Morais na Índia, Nepal, Grécia, Colômbia,
Nova Zelândia, Austrália, Estados Unidos, Marrocos, Canadá, Portugal, Espanha, Itália, Suiça,
França, Venezuela, Uruguai, Argentina, Ilha da Madeira, México, Bolívia, Cuba, Turquia,
Nepal, Israel, Palestina, Albânia, África do Sul, Moçambique

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