Ano 27                                                                                                                              Editado por Jomar Morais
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Numa madrugada de agosto de 1976, eu estava em um ônibus que saíra de Mendoza, aos pés da cordilheira dos Andes, para Buenos Aires quando, próximo à cidade de Córdoba, vi a cara da última ditadura militar argentina. Detido num trecho deserto da rodovia, o veículo foi revistado por uma patrulha do Exército, os passageiros arrancados do sono para exibir documentos e pertences tendo apenas as estrelas por testemunhas. Qualquer coisa poderia ter acontecido ali, embora na ocasião eu, ainda jovem, não me tenha dado conta do perigo. Das ditaduras que assolaram o Cone Sul nos estertores da Guerra Fria, a da Argentina foi a mais sanguinolenta, gerando cerca de 30 mil desaparecidos.

Lembrei desse episódio há dez dias quando, de bermuda e camiseta, posei para foto no gabinete da presidenta Cristina Kirchner na Casa Rosada, em Buenos Aires. Foi algo inusitado. Outra vez num ônibus, eu retornava do El Caminito, reduto turístico-boêmio montado em antigos cortiços do bairro de La Boca, quando ao passar pela Plaza de Mayo deparei com turistas cruzando o arco do palácio presidencial. Desci, juntei-me ao grupo e, após submeter-me a um detector de metais, logo estava percorrendo os salões da área térrea - uma galeria de heróis e personalidades latino-americanos na qual o Brasil é representado por Tiradentes e Getúlio Vargas -, sem que ninguém me pedisse sequer um documento. É possível ir além, e eu fui. Os próprios “granaderos” da Presidência, equivalentes aos Dragões da Independência do Exército brasileiro, conduzem os visitantes à pompa e ao esplendor do segundo piso com o seu salão branco das grandes recepções, o salão norte das reuniões ministeriais, o gabinete do chefe do governo e o grande balcão de onde Eva Perón e todos os presidentes civis falaram ao povo e onde, em 1996, Madonna cantou Don´t cry for me, Argentina durante a filmagem da ópera-rock Evita.

Imagino o que se passa na cabeça e no coração de um argentino ao contemplar a Plaza de Mayo dessa varanda histórica, se até um estrangeiro, como eu, emociona-se ao cotejar a praça hoje ocupada pacificamente por grupos de pressão com o logradouro asséptico e lúgubre que conheci há 35 anos, sob a mira de metralhadoras do poder usurpado. A paz de uma ditadura, mesmo na ausência de cadáveres e presos de consciência, é sempre a paz das sepulturas. A vida emerge da diversidade que, no ambito político, é assegurada pela democracia, em que pese suas fragilidades e defeitos em permanente processo de depuração. Nela, sob o império da lei, os interesses contraditórios coexistem debaixo de uma unidade de princípios e a força das armas se curva ao estado de direito.

É emblemático, na visita à Casa Rosada, que a postura marcial dos guardas engalanados se transforme em gentilezas, sorrisos e fotos com os visitantes. E é auspicioso para qualquer um reencontrar Buenos Aires em novo momento de pujança e liberdades que confirmam a metrópole como um dos melhores pólos culturais do mundo e um grande destino turístico.
A Casa Rosada aberta ao público e novos cenários junto ao rio da Prata, em Buenos Aires, são ícones da nova Argentina revisitada por JM após 35 anos de seu périplo no tempo da ditadura
NÃO CHORE POR ELA
[Publicado no Novo Jornal de 22/02/2011]
TÚNEL DO TEMPO
1976: JM, com o amigo João Freire (à esquerda), na Plaza de Mayo silenciada pelos militares...
... no reduto boêmio de El Caminito, em La Boca, ainda sem os agitos diurnos de hoje...
... e nas geleiras andinas da vila Las Cuevas, a 200km de Mendoza e a 3150m de altitude.
Turistas transitam pelo gabinete da presidente Cristina Kirchner, guiados por granadeiros do Exército argentino: atenção e cordialidade
JM, de boné e bermuda, no luxuoso Salão Blanco da Casa Rosada: área reservada às recepções a chefes de estado e diplomatas
El Caminito, reduto boêmio instalado em antigos cortiços do bairro de La Boca (acima) frequentados por Gardel e onde hoje turistas, como JM, até podem ensaiar um tango com a dançarina de aluguel (à esq.)
Acima, Buenos Aires à 1h da madruga: agito na esquina das famosas avenidas Corrientes e 9 de Julio. Ao lado, às 13h: a siesta de  trabalhadores  nos jardins da praça em frente ao Congresso Nacional
O relógio da Torre dos Ingleses (ao lado) foi doado pelos britânicos muito antes da Guerra das Malvinas, cujo esforço inglório é lembrado no memorial aos soldados mortos (acima), erguido a poucos metros dali
A área nova de Puerto Madero, junto ao rio da Prata: parques, bons restaurantes e bares e acesso de barco ao Uruguai

ONDE FIQUEI EM BUENOS AIRES
El Firulete, calle Maipu, 208. Hostel próximo à Plaza de Mayo e  a calle Florida. Simples e agradável. Diária: US$36
 
por Jomar Morais


Leia também os relatos dos mochilões de Jomar Morais na Índia, Grécia, Colômbia, Nova Zelândia, Austrália, Canadá, Estados Unidos,
Marrocos, Portugal, Espanha, Itália, Suiça, França, Venezuela, Uruguai, Argentina, Ilha da Madeira, México, Bolívia, Cuba, Turquia, Israel,
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